quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Abóbora

Uiva o vento furioso despenteando insónias, desafiando sonhos. Protesta o silêncio arrastando recordações, confrontando futuros de realidades sempre adiadas. Olha os romances que enchem as prateleiras, rostos que conhece de cor, deixando-se levar pelas letras muito lidas, por vidas alheias muito suas conhecidas. Lá está o Frei Abóbora, Frei Abó, o enorme amor por Paula - Pô - Pupinha, as subidas e descidas de um amazonas que já conhece também, o serviço de ternura aos bugres numa dádiva de si mesmo. Gosta de Frei Abóbora e, com ele, partilha as imprecações frequentes (excessivamente frequentes?) contra o Deusão que parece divertir-se a rasteirar-lhe a existência. Gostaria de poder, como frei Abóbora, largar a vida e partir para o mato, para a terra de essências, naquele abraço total onde o Amor abriga tudo. Tudinho!

2 comentários:

  1. Reler As Confissões de Frei Abóbora, o seu amor intenso pela Pô, o seu amor aos índios e ao sertão... faz bem ao coração e à alma.

    O José Mauro de Vasconcelos é um autor que merece muitas releituras. Por isso o Meu Pé de Laranja Lima, o Vamos Aquecer o Sol, a Vazante, As Confissões... estão sempre na prateleira de mais fácil acesso. Há sempre um pedaço de escrita que se adequa ao momento...

    Cumprimentos.

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  2. Também vou procurar o Frei Abóbora, só conheço o Meu Pé de Laranja Lima.
    A Setôra não pode largar tudo e ir para o mato sozinha...não deve ir sozinha!

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