sexta-feira, 22 de novembro de 2013

PARTIR

Fazer a mala, enrolar bem o brinquedo pedido, recuperar as luvas quentes do fundo da gaveta e partir. De novo a agitação ruidosa dos aeroportos, o gelo cortante da chegada, a viagem pelas nuvens, a travessia do céu onde, segundo o meu neto "não mora mesmo ninguém". E a chegada no escuro envolto pela língua estrangeira, pela sonoridade que não é a minha. Dinheiro diferente, sempre pouco, e tudo a acontecer com a ansiedade do abraço quente da família que tenho longe e de quem, sempre, sofro a ausência.
Fala-se muito dos que partiram, e partem, em busca de vida melhor. Fala-se pouco dos que ficam, com a saudade a doer imenso, impossibilitados de partilhar uma existência terna.

1 comentário:

  1. Ao menos.. tente fazer uma boa viagem... que no céu, onde não há gente, encontre o seu anjo da guarda e espere que ele lhe dê a mão para que se sinta acompanhada... e guarde-o... só para si...

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