domingo, 16 de agosto de 2009

O Sobreiro


No meu quintal há este sobreiro enorme. Há outros. Mais largos, mais entroncados, de copa mais vistosa, mais perfeitos até. Mas este, é o meu preferido. Olho-o de longe, porque tenho medo de encontrar répteis no caminho até ele..., e respeito-o muitíssimo. Este sobreiro parece decidido a chegar ao céu. Cresce, mantém o tronco bem direito e recusa-se até a caber inteiro numa fotografia.
Muitas vezes desejo encontrar pessoas assim: de tronco direito, de cabeça erguida, com a certeza de, seja em que terreno for, serem sempre capazes de chegar mais longe sem pisar ninguém. O meu sobreiro tem perto árvores de fruto, maçãs e marmelos, tem ao lado castanheiros cheios de ouriços bicudos, mas não se intimida, não se verga, não destrói nada. Cresce apenas, decidido a alcançar o infinito, produzindo o que de melhor tem - cortiça da boa -, e sem invejar ou apoucar os seus vizinhos.
No fundo, acho eu..., só a mim o sobreiro apouca e humilha. É que me sinto tão ridícula ao pé desta força da natureza!!

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