domingo, 27 de setembro de 2009

Life goes on...

Hoje, foi a Joana que partiu. Deu-me para me lembrar do episódio das Despedidas de Belém, n'Os Lusíadas, talvez por sempre achar que, apesar de tudo, as despedidas são mais dolorosas para quem fica. Quem parte, vai em busca de algo, leva um propósito, um sonho, um destino, um objectivo. Quem fica, guarda saudades, memórias, ausências que o tempo faz cada dia mais dolorosas... As minhas filhas partem, o meu Pai já não existe, e eu penso na razão que me leva a ficar aqui, sempre, numa eternidade de desilusão, sem confiança num futuro diferente. Porque não parto também? Porque não ouso mudar, rumar ao estrangeiro ou a outro lugar limpo de memórias e ausências? Porque não tenho resposta, consolo-me com a meu amor a esta terra, com a necessidade de, manhã cedo, ver as torres da Sé rasgando o nevoeiro. Digo-me que este é o meu espaço, aqui estão, fundas, as minhas raízes, preciso dos olhares que conheço no meu dia-a-dia. Mas sei que se calhar não é assim. Que, recionalmente, nada me prende a um país que agride e desrespeita. Contudo, vou ficando e, um dia, será tarde demais para mudar...

1 comentário:

  1. Mãe querida! Não exageres!! A Joana não "partiu"!! Foi apenas estudar para Lisboa!!Pensa que quem partiu foi a D. Catarina de Bragança que nunca mais viu a mãe!
    Eu estou sempre ctg!
    Adoro-te

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