quarta-feira, 21 de julho de 2010

O rei na barriga

Portugal tem levado o ano de 2010, entre crises e escândalos, a assinalar os 100 anos da implantação da República. Foram as escolas, os políticos, os museus, algumas autarquias, quem, no fundo, queria folclore, que agarrou o pretexto da República para realizar cerimónias, festas e discursos sonoros. Entre tanta parangona, pouco se falou do regicídio, do sofrimento de uma família real que, para além de real, era também humana. Parece, aos olhos da História, que foi legitimado um crime horrível em nome da instauração de um novo regime que, por si só, nada trouxe de bom a Portugal. Aliás, olhe-se a História e perceber-se-á, tristemente, que só uma ditadura viria trazer ao país alguma "tranquilidade" - amaldiçoada e terrível!
Apesar de ser uma defensora da República, apenas porque acho que ninguém merece nascer condenado a governar..., faz-me impressão o regicídio, comove-me o sofrimento da Rainha que viu morrer o filho, que viu balear o marido (a ordem não é arbitrária!).
Hoje, atravessando Lisboa, reparei no número exagerado de Palácios, de Belém às Necessidades, e não resisto a concluir que, apesar do regicídio ter acontecido há 100 anos, ainda muitos portugueses carregam o rei na barriga...

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