domingo, 9 de janeiro de 2011

Mosteiro de Covadonga

Surge depois de uma curva, altaneiro, firme, impressionante, chocante até. Provoca pasmos, olha ali, incrível, lindo, e, à medida que nos aproximamos, aos gritos surpresos impõe-se o silêncio.
O monumento romântico, de torres pontiagudas e janelas trabalhadas, está limpo e indiferente aos mil olhares, à surpresa causada, à admiração provocada. No adro, bélico, Pelayo lembra que, às vezes, não há espadas que cheguem para impor os sonhos. Do outro lado do monte agreste, em covas naturais, o lugar primeiro, a cova de Covadonga.
No percurso para o Santuário, o túmulo do 1º rei de Espanha, Pelayo, sem grandezas, ornamentado por simples fores silvestres.  Caminho por ali com o silêncio por companhia. Tento acalmar o galope do meu coração, mas não contenho o sentimento de insignificância que experimento. O que sou eu, face à bruteza bela daquele lugar? Que sentido fazem as minhas angústias, perante a força de uma Natureza esmagadora?
Rezo em silêncio. Talvez à Senhora da Covadonga, talvez ao Criador, talvez ao meu Cristo companheiro ou, talvez, finalmente, apenas à força secreta que faz, ali, com que as minhas lágrimas se soltem livres.

2 comentários:

  1. Lindo e cheio de história! Mas que lugar fantástico,Mãe!
    Beijos enormes

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  2. Berço do cristianismo na Europa.
    Pelayo, o primeiro rei desta Ibéria que poderia ser um país único.
    Covadonga, um mito, um santuário, situado no melhor lugar do mundo?
    A Virgem, a Senhora, a Esperança...

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