quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Estórias

"Pela estrada fora, eu vou bem sozinha, levar estes doces à minha avozinha"... era assim a cantiga da Menina do Capuchinho Vermelho da minha infância. Era uma estória educativa (mais ou menos) mas, para mim, era fascinante o facto da menina ser capaz de, sozinha, sabendo que o lobo mau rondava ali bem perto, enfrentar a travessia da floresta. Na época, acho que não me incomodava muito a solidão da avozinha, talvez por ainda a velhice me parecer tão distante quanto a lua. Hoje, já não conto esta história. E não conto outras, como a Gata Borralheira ou os Três Porquinhos, ou mesmo a Bela Adormecida. Hoje, acho que muitas dessas velhas narrativas carregam terrores e ameaças sinistras. Acho incrível terem mandado a miúda sozinha pela floresta, como acho indecente que a menina não tivesse outro nome que a cor do casaco que vestia!
Das estórias infantis, para o meu neto, só guardo o Peter Pan e a Sininho, a Pancada Nela ou as outras que eu mesma invento. Nas minhas estórias de contar, há sempre vida, ternura, gargalhadas, carinho e muitos pozinhos de perlimpimpim. Às vezes, apetece-me muito ser uma das personagens das histórias da minha infância.

3 comentários:

  1. As histórias infantis, muitas delas, são contos de terror, de susto, de medo, que me causaram, muitas vezes, pesadelos.

    Gosto da fada Sininho, é leve e deita aquele pozinho mágico que faz sonhar a vida.

    Cumprimentos.

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  2. As histórias de entreter na nossa infância, realmente, tinham todas uma punição qualquer.Começávamos logo com responsabilidades de pequeninos. Tínhamos de assimilar todas as lições de moral de cada história; mas, mesmo assim, estas de que fala, marcaram para a vida.
    Esta "Pancada Nela" é que não conheço!...

    Penso que, o neto, pelo que apreciamos neste blogue, nem precisa das histórias da Sininho, nem do Peter Pan. A sua jovem avó, demonstra grande engenho e arte, em escrever e contar contos.
    Mas,é claro, que temos que vir cá partilhar os contos com ele...

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  3. Como a entendo.
    Por aqui também há muitas histórias "inventadas da cabeça" como diz o pequeno D. (3 anos).
    São as mais engraçadas.

    Beijo

    PS: Amanhã deve ser dia de ir beber um cafezinho no Mercado, pode ser que nos encontremos.

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