domingo, 26 de maio de 2013

Sim, é possível

Sim, é possível matar o futuro fazendo dele passado. Sim, é possível adiar o hoje, aos pontapés, lançando-o para o meio da bruma de um qualquer dia que nunca acontecerá. Sim, é possível desmantelar o amor e, com as letras magoadas, escrever adiamento e solidão. Sim, é possível desfazer a confiança, a certeza do hoje, em espumas de tsunamis existenciais. Sim, é possível salgar o doce do abraço que faz de dois um só, e corroê-lo. Sim, é possível dar um nó no coração, trancar o acesso à paz e alimentar o ódio.
Tudo é possível aos homens, ao ser humano que olha demais para si, para o umbigo e para o chão, esquecendo-se de contemplar o céu onde, depois da chuva, e até após tempestades violentas, o sol brilha confiante.
Não, não é possível reescrever passados. Não, não é possível adiar para ontem. Não, não é possível fazer o tempo parar...
E, se calhar, se olhassemos para os impossíveis, talvez conseguissemos evitar, travar!, os possíveis que fazem os quotidianos.

5 comentários:

  1. Parabéns. O interregno fez-lhe bem! Está melhor.
    Com os respeitos.
    Carlos Reys

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  2. É exactamente assim!
    Mas as pessoas parecem esquecer-se de como é bom o Perdão, o Agora, o Sim!

    Teresa

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  3. É mesmo assim, Setôra...- um dia após o outro, sempre na luta, procurando e doseando dentro de nós, o grau de felicidade e confiança, que nos seja suficiente, para seguir o "caminho", se possível até, dando uma mãozinha a alguém que necessite.
    É possível...se procurarmos "dentro".
    O que se aprende com estes textos e com a troca de pareceres.

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  4. Eu, que a conheço de anos de aulas, sei que este texto é escrito com desilusão e raiva. Força setora! Há muita gente que gosta de si.

    Ana

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  5. Claro que é sempre possível principalmente quando, a esse possível, se adiciona o amor, a compreensão, o entendimento, o querer e o crer... Assim, não há impossíveis!

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