sábado, 23 de novembro de 2013

GUILDFORD

No gelo que pinta de vermelho o nariz e o sorriso, a ternura ganha sentido. As minhas crianças inglesas crescem entre desafios, jardins, lagos e botas de borracha. A pequena Carlota, personificação da traquinice, provoca sorrisos, abraça-me com carinho, olha-me entendendo o que eu nem sei dizer. O Manuel Bernardo, mais crescido, orienta-me na descoberta do mundo dele. Sim, avó, agora vamos tomar um café, ou um capuccino, e sim, podes comprar um gingerman para nós. 

Experimento uma mistura incrível de emoções. É bom vê-los felizes, saudáveis, estáveis. Mas dói não poder estar ali, mais perto, cumprindo aquelas rotinas doces que só os avós compreendem. Ser avó é uma "coisa" estranha. Parece que as crianças, os netos, nos correm na pele, nos enchem o coração, tomam conta dos nossos sentires. O Manuel Bernardo cresce na fantasia. Ora é um super herói, ora um fantasma, ora uma múmia, ora um coelho, ora uma fada (boazinha), ora um esquilo, ora um Manel Bernardo. A fantasia enche-lhe o olhar e eu rezo para que a vida não atraiçoe o meu menino. Hoje, posso abraçá-lo. Em breve, vou ter apenas a recordação e a saudade por companhia.

1 comentário:

  1. Ainda bem que fez boa viagem.
    A alegria de estar com os seus, compensa os inconvenientes da deslocação.Não há nada que se compare com o testemunhar e comungar da alegria e entusiasmo dos seus netos.
    Aproveite ao máximo...






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