O vento agita as árvores, as folhas bailam no quintal e a ansiedade acompanha o ritmo. Ela olha o quintal e pensa na vida. Também o quotidiano se agita, também os sentires se embrulham em desilusões e desejos.
Afinal, quando começara o vendaval da vida? Da sua?
Bem diferente dos furacões que destroem a América, não chegou com aviso, não foi baptizado e não permitiu evacuação da emoção. Chegou de rompante, intenso, e varreu a tranquilidade, inverteu as verdades seguras, deixou no canto as certezas e espalhou ansiedades.
Mulher. Mulher de sentires, de desejos e necessidades.
Deixou o vidro da janela, já baço, e olhou o vestido sobre a cama. Tinha de se despachar. Aguardava-o o olhar alheio, a audiência que esperava dela certezas, orientações e firmeza. Se soubessem como tremia, como chorava quando ria garantindo felicidade...
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