terça-feira, 28 de maio de 2019

SENTIRES ABSURDOS

Sim, é verdade. Assumo, sem vergonha, que tenho saudades. Tenho saudades da presença, do abraço, da gargalhada, das perguntas inoportunas, das observações pertinentes. 
É verdade que sei que a vida é mesmo assim, que se cumpre numa sucessão de dias que, por vezes, se enchem de coisa nenhuma, mas, mesmo assim, sofro. Tenho saudades do meu Pai. Tenho muitas saudades da casa amarela, das tardes na varanda, das noites com orquestras de cigarras, dos pirilampos que se escondiam nos vasos do rosmaninho e do alecrim. Tenho saudades de adormecer sem angústias, sem sentimentos de perda, sem a certeza de que, quando o sol nascer,  é apenas só mais um dia...
É verdade mesmo. Tenho saudades. E sei que as saudades não servem para nada!

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