sábado, 11 de julho de 2020

TROVOADA E MAGIA

 Contei a história do cavalinho verde. Esse que, de noite, com a menina, voava para um mundo onde os morangos eram brancos e sabiam a chocolate, os melões eram lilases e sabiam a bolo de bolacha. 
Contei, também, a história do Cavaleiro que, com uma enorme lança bem afiada, transformava a maldade em doçura, a guerra em paz e palavras feias em flores. Falei da importância de acreditar nos sonhos e imaginei, com eles, a grande viagem no cisne que voa de piscinas a oceanos, acompanhado por cães fiéis. E o sono, ao fim de um dia cheio de ternura, mergulhos e brincadeiras, chegou enfim.
Veio então, para mim, uma trovoada valente, presente dos céus para me embalarem também. 
Mas a trovoada não levou os meus receios, não iluminou a minha confiança e não mudou o mundo com energia!
Felizmente, amanhã os meus netos hão-de  lembrar-me que é preciso, com muita força, perseguir a magia para, quem sabe?, um dia cores e sabores darem sentido à existência...

2 comentários:

  1. Nô mais, nô mais Musa, nô mais.

    konets

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  2. Luísa, aproveite bem estes tempos em que os netos são pequenos, depois
    já crescidos a magia e o encantamento deixam de ser apelativos, embora as memórias lá fiquem e relembrem com saudade esses tempos na Serra!

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