terça-feira, 22 de maio de 2012

Globos e contrastes

Com tapete vermelho, ou red carpet como os pirosos dos apresentadores insistiam em dizer, a noite da SIC fez-se, no domingo da Taça de Portugal, de Globos de Ouro. Segundo alguns, em nada estes globos ficam a dever aos oscares de Hollywood (?) mas, para mim, ficam a léguas de distância. Os nossos famosos, tirando honrosas excepções como alguns actores e músicos, são as Lilis Caneças muito esticadinhas e o Castelo Branco conde não sei de quê... As roupinhas, emprestadas, mostram a penúria nacional, e a grande boca da bela Bárbara Guimarães não alegra os meus ouvidos. No entanto, ao fazer um zapping, fiquei presa nos Globos e com vontade de chorar. Ouvi, e senti verdadeiros, os protestos de quem, ligado à cultura, lamentava os cortes totais nos apoios do estado. Em Portugal, a cultura continua a ser vista como desnecessária, como luxo, como despesa disparatada! Lembrei Churchill que, no seu discurso de posse afirmou  "Nada posso oferecer além de sangue, cansaço, lágrimas e suor" e que, ao ser confrontado com a necessidade de cortes na cultura, os negou dizendo que sem cultura nada mais faria sentido! Em Portugal, nada faz mesmo sentido! Vivemos um momento de nihilismo acéfalo e os globos de ouro mostraram bem os dois lados da moeda: - a aparência balofa e a essência oca!!

2 comentários:

  1. É verdade, tem toda a razão... cultivamos abóboras ocas e depois oferecemo-las como se fossem coroas douradas de uma realeza (ou baixeza?) feita de Castelos Brancos, de Ladies Bettys ou de Caneças Lilianas...

    O mal é não se subsidiar a cultura, mas é importante saber qual é que se deve apoiar... porque há por aí muita pseudo-cultura, muita sub-cultura e muita incultura...

    Cumprimentos

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