domingo, 4 de novembro de 2012

Bolo Finto

 Cortou duas fatias fininhas, com cuidado para que não se desfizessem, e untou-as com manteiga. Depois, consciente do excesso, regou com mel. Encheu a caneca de café bem forte e sentou-se no chão olhando o fogo na lareira.
Chovia muito lá fora, ouvia os cães a uivarem aos trovões distantes, e foi-se deixando ficar, lambendo o mel que escorria pelos dedos.

   Deveria ser assim a vida, frágil como o bolo finto, doce como o mel, forte como o café. 

Adorava bolo finto e sempre, ou quase, se deliciava ao pensar que era o sabor da sua terra, exclusivo, com sementinhas, escuro, bom mesmo duro se bem torrado.  
E se houvesse sementinhas para temperar a vida?!

5 comentários:

  1. Querida, há sempre uma forma de temperar a vida, e está ao nosso alcance!, basta imaginação e um querer férreo..

    Mil beijos

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  2. Que saudades de bolo finto! Coisas que só os portalegrenses entendem.
    Beijinhos
    Ana

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  3. Bolo finto que maravilha! Cheia de saudades do nosso bolo portalegrense! beijos e come um bocadinho por mim!

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  4. Também eu adoro Bolo finto! Sabe a Portalegre, lembra-me a infância, as brincadeiras na serra, os lanches com os primos. Também já a pequena Constança reage a uma fatia de bolo finto.
    Delicia-te!!
    Beijo

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  5. Eu nunca comi bolo finto...nunca provei sequer...
    Quando vi aqui este manjar, fui-me ao pãozinho normal, á manteiga, e, como não tinha mel, toca de cobrir tudo com geleia de marmelo acabada de fazer, e pimba, se calhar, mais um kilinho...pois é!
    A Setôra fez de propósito!!
    Tenho que ir buscar bolo finto de Portalegre, ó se vou!

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