sábado, 3 de novembro de 2012

Gabriela

Não me lembro, com grande pormenor, da primeira versão da novela Gabriela. Recordo o seu Nacib, tivemos um cão com esse nome, tenho uma vaga ideia do Dr. Mundinho (era o José Wilker, à época muito charmoso), mas não me lembro dos pormenores. Talvez por isso, tenho seguido a nova Gabriela sem preconceitos. 
Já há muitos anos, talvez desde o Casarão, que não seguia uma novela, mas rendi-me à Gabriela. E não é o erotismo (quase pornografia), nem sequer a hipocrisia violenta dos coronéis, o que me prende ao ecrã. 
O que me faz ficar esperando as dez e meia na SIC, é a alegria e a ingenuidade da nova Gabriela. Esta mulher é jovem, sonhadora, ignorante, ingenua mas, acho eu, cheia de magia e verdade. Com um sorriso, deita por terra as rigorosas normas sociais, com uma gargalhada desarma as imposições de  uma sociedade limitada e obtusa.
 Com ternura, Gabriela ama o seu Nacib sem cobranças, com a facilidade com que a chuva cai do céu e as plantas germinam.
Sem ser vulgar, a Gabriela traz-me uma visão doce do Amor. Um amor de fazer, de tocar, de sentir e saborear, sem regras nem obediências. Agora, ouvindo a chuva forte, muito intensa mesmo, lá fora, lembro a ternura da Gabriela e penso que Jorge Amado soube decifrar as emoções de qualquer mulher. Há alguns homens assim, mas são raros...

3 comentários: