sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Terminal 2

Eufemisticamente, designam-no de terminal. Objectivamente, é um hangar enorme, desconfortável e escuro, onde quem viaja em low cost aguarda o embarque. Há gente adormecida sobre os bancos, um pequeno espaço que tenta impingir a marca Portugal, e uma venda de café queimado, decerto não da Delta.
Sempre que viajo sozinha, distraio-me, ou tento distrair-me, a descobrir a vida dos meus parceiros de voo. Neste caso, adivinhar tornou-se fácil porque muitos deles trazem ao pescoço os cachecóis da equipa que o Benfica venceu. Não parecem tristes, falam alto, encharcam-se em cervejas e riem-se no meio de palavrões com que se presenteiam.
Neste terminal 2, onde pela primeira vez espero o avião, fazem sentido os estrangeiros embriagados. Porque o espaço é deprimente. Bem ilustrativo, penso, da porcaria em que se tornou Portugal...        

3 comentários:

  1. Nunca gostei de palavrões e acho sempre que quem os usa é gente rasca. Como esses seus companheiros de voo, com certeza!
    Mª da Graça

    ResponderEliminar
  2. E porque não foi a setôra na Tap? ou na British? Não a imagino nada nesse ambienbte.
    Ana S

    ResponderEliminar
  3. O ambiente deprimente só por si traz tudo o resto; mas , quanto à linguagem, infelizmente ela é comum a todos os espaços, e será necessário tudo isso para se ser moderno?!

    ResponderEliminar