Saí de casa bem cedo, aqueci a manhã chuvosa e cinzenta com a bica no mercado de Portalegre e fiz-me ao caminho. Esperava-me mais um sábado de formação de professores, bem longe, na Aldeia da Luz, no lugar onde o Alentejo se faz líquido, Curvei pela Serra d'Ossa vazia, sorrindo com tristeza ao apela de um cartaz "Proteja a floresta", num lugar onde só há restolho, não entrei no Convento de São Paulo (mas hei-de voltar lá!), e, subitamente, a paisagem mudou. Agora, pouco depois do Redondo, a água abundava dos dois lados da estrada. Abrandei e fui-me enchendo de imagens fantásticas. Água, e terra amarela - Alentejo mesmo - numa harmonia que me pareceu perfeita. Num instante, porque as duas horas de viagem passaram num instante, entrei na Aldeia da Luz.
O vazio impressiona, o silêncio ensurdece. Portas fechadas, janelas cerradas, ruas sem vida. Valeu-me o GPS, certeiro, que, sem que eu precisasse acordar ninguém, me levou direitinha até ao Museu da Luz.
Cheguei cansada, debaixo de trovoada intensa, mas sentindo que há momentos que fazem sentido na vida de professora. Sacrifiquei um sábado, mas valeu a pena. Quando a formação é a sério, todos os quilómetros se justificam!!
(Daqui a pouco vou votar, mas nem quero pensar nessa tristeza....)
A tristeza do abandono... do isolamento... e a de ter que ir votar... p'ra quê tudo isto?
ResponderEliminar...