quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

O CASTIGO

A escola saíu para uma actividade livre, um corta-mato capaz de desafiar os mais ousados e unir os mais distantes. Bem cedo, de dorsais e carradas de maçãs, professores e alunos fizeram-se ao caminho em conversa informal, construindo o que, para mim, também são aprendizagens. Eles, os meninos castigados, ficaram. Com eles fiquei eu, castigada por simpatia..., responsável pela ocupação de quatro horas de aprendizagem. Sempre achei que aprender não devia ser castigo, sempre defendi que aprender é um privilégio, e, por isso, nestas quatro horas resolvi desenvolver nos meus alunos alguns hábitos diferentes. Falei-lhes de Nelson Mandela, da Liberdade, do mundo feito pelas peças que somos todos. Respondi a perguntas absurdas, esclareci conceitos errados, ajudei (quero crer) a compreender comportamentos e atitudes. No final, hão-de surgir diferentes trabalhos sobre a verdade do sorriso de Mandela, sobre a Liberdade individual, sobre o papel activo que cada um de nós deve ter na construção de um mundo melhor. Numa escola hoje estranhamente silenciosa, os alunos castigados trabalharam como poucas vezes acontece. Será que estes miúdos só conhecem a linguagem da força?!

3 comentários:

  1. Luisa, ter quatro hora consigo absolutamente disponível foi o que de melhor lhes pode ter acontecido. Muito melhor do que andarem aos pulos ou encontrões mesmo que em plena natureza! Reflectiram sobre coisas em que nunca teriam parado para pensar, saíram mais ricos e até no seu comportamento certamente se vai refletir!

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  2. Até me admiro que tenham sido castigados. Agora, os meninos são sempre perdoados...
    António

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  3. Os meninos, uns, carradas de maçãs, outros carradas de romãs.
    É uma fartura de fruta...

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