sábado, 3 de maio de 2014

A alça

O meu destino era a capelinha do Senhor Jesus dos Aflitos (mesmo a fazer-me falta), quando parei para meter gasóleo. À minha frente, um casal jovem, daqueles cheios de saúde dentro dos fatos de corrida modernos e brilhantes, ténis a condizer, garrafa de água na mão e telemóvel à cintura. Pensava eu que muito teriam de me pagar para andar assim na rua quando, de repente e assustadoramente, os meus olhos pousaram nos ombros da rapariga/mulher. A par com as alças do Top, vermelho, lá estavam as alças do soutien, pretas. 
Paguei o gasóleo, cada vez mais  caro, e saí a pensar que este mundo me fica cada vez mais distante. É que eu acho horrível verem-se as alças do soutien, como acho pavoroso ver as cuecas (perdão: boxers) de alguns rapazes! Não acho piada nenhuma andar na rua a mostrar as intimidades, e não devo ser a única porque há soutiens que prendem no pescoço, e que até nem têm alças, exactamente para que não se veja aquele pormenor desnecessário!
Claro que cada um mostra o que quer, mas claro, também, que cada um pensa o que quer! E, decididamente, eu penso que é de um mau gosto atroz mostrar as alças do soutien! 

2 comentários:

  1. Luisa, absolutamente delicioso este seu texto! E que há gostos para tudo, lá isso há!

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  2. Plenamente de acordo!! Deviam pagar multa!!

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