quarta-feira, 30 de setembro de 2015

MUDANÇA

Quanto mais leio, estudo, observo, ensino, mais me convenço (como se precisasse de ser convencida) que a Escola, como Instituição, tem de mudar. Obviamente, trata-se de uma estrutura complexa, secular, que lida, essencialmente, com seres humanos e, por isso, as mudanças são lentas e nem sempre visíveis ou mensuráveis. Mas, para além de todas estas verdades indiscutíveis, eu acho que a escola tem de acelerar o seu processo de mudança. Não falo daquelas pedagogias irrtantes (para mim) que defendem que não é preciso ensinar, que os meninos descobrem, que tudo é alegria e prazer, que uma equação pode ser uma descoberta fantástica, e compreender Fernão Lopes uma revelação mágica. Não. Eu defendo que aprender implica, sempre, esforço e trabalho. Defendo, cada vez mais, aprendizagens activas, que resultam do envolvimento de cada um. Mas também defendo, com muita força, que a escola silenciosa, com os meninos em fila e o professor a projectar slides, ou a mostrar youtubes, ou a usar o quadro interactivo,  não ensina e de nada serve! 
Na escola onde trabalho há portas de vidro e, sinceramente, passar no corredor e ver os rostos desinteressados, o olhar desesperado, da maioria dos alunos fechados nas salas de carteiras alinhadas parte-me o coração. A Escola que defendo é uma Escola de acção, de muitas narrativas, de discussão e construção, de colaboração efectiva. 
Não acredito na Escola de hoje, e tenho pena. 
Tenho pena de verdade, porque uma sociedade onde a Escola não funciona nunca será uma sociedade de sucesso!
Se eu pudesse, obrigaria a Escola a reconstruir-se, faria compreender que, por exemplo, coadjuvância não é ter dois professores a tentar manter a turma calada, que supervisão não é penalização, que aprendizagem colaborativa não é apenas realizar trabalhos de grupo. Se eu ainda tivesse forças, havia de lutar por uma Escola diferente...É que eu SEI, cum saber de experiência feito, que é possível fazer diferente. E melhor!

1 comentário:

  1. Sim é preciso mudar a Escola, já saí dela há 10 anos, agora falo pela experiência dos meus netos mais crescidos,
    Já agora, hoje no Quebec, 34 000 professores fizeram greve como protesto pela nova norma ministerial que quer passar de 32 para 40 horas de permanência na escola! Em Montreal, segundo o jornal 275 000 alunos tiveram que ficar em casa já que as escolas fecharam mesmo! Têm mais duas marcadas uma para 14 e outra para 30! Diz a notícia que a Associação de pais está furiosa já que os pais não tiveram com quem deixar os filhos...

    ResponderEliminar