domingo, 26 de agosto de 2018

A MINHA RELIGIÃO

Tenho aprendido com a vida, e de forma nem sempre suave, que uma pessoa habitua-se tudo. Sem dúvida, o ser humano faz-se de hábitos, de rotinas que, muitas vezes contestadas, se tornam a nossa forma de ser. Eu não fujo à regra. 
Estou habituada à missa na minha cidade, normalmente na Sé, e gosto de ouvir o senhor Cónego Emanuel - embora às vezes ache que fala tempo demais...-, gosto da oração numa comunidade que integro e com a qual me identifico. Sou católica,cheia de falhas e de boas intenções perdidas, mas acredito, mesmo!, que Deus existe e nos dá o dom da consciência, do livre arbítrio e da esperança. 
O meu Deus é um Deus do Bem, que prega o Amor, que já saíu há muito da cruz e gosta de flores, do mar, da ternura, das crianças, da alegria e da paz. O meu Deus conversa comigo, perdoa-me e ouve-me. O meu Deus sabe que o mundo de hoje é difícil demais e, por isso, ralha de mansinho. É assim que eu O sinto sempre, é assim que O encontro na minha Sé.
Ora, fugindo aos meus hábitos e por força da vida, este domingo fui à missa noutro lugar. Catedral enorme, outro senhor Cónego. Esbarrei com missa com expressões em latim e fui confrontada com uma leitura que me chocou: "A mulher deve subjugar-se ao homem. O homem é a cabeça da família!" Não queria crer! Claro que eu sei que era uma leitura, mas, ainda assim, é terrível! É até perigoso...
A Igreja Católica tem de ser capaz de olhar o mundo de hoje e não pode, acho eu, dizer barbaridades destas! Sei que a Igreja é feita de pessoas, mas sei que as pessoas responsáveis têm de ser capazes de dar sentido à Palavra de Deus. Uma missa triste, com frases destas, afasta quem precisa de carinho, de conforto, de confiança em Algo maior!
Mais tarde, ouvi o Papa Francisco pedir perdão, zangar-se com os homens da Igreja que cometeram crimes e pensei que o Papa, de certeza, não está de acordo com estas leituras...

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