domingo, 10 de janeiro de 2021

INSULTO?

Tenho, em relação à política, uma mistura de pensares. Racionalmente, compreendo que é impossível vivermos em sociedade sem ação política, sem organização e ordem. Compreendo que devemos lutar pelo modelo de sociedade que preferimos e que, se queremos mesmo uma sociedade melhor e diferente, não podemos alhear-nos do quotidiano social e político. 

Emocionalmente, a maior parte das vezes acho que os políticos, todos de uma forma geral e os portugueses da forma particular, não são verdadeiros, não são competentes e só prejudicam. 

Neste confronto entre pensar e sentir, obrigo-me a impor a razão. E, porque, como dizia Sophia de Mello Breyner "Vemos, ouvimos e lemos, não podemos ignorar", eu não ignoro e faço escolhas, envolvo-me, participo. 

Sempre fui Humanista e, por isso mesmo, sempre me posicionei, no espectro político, na área da Direita social. Para mim, cada Pessoa é o primeiro valor. 

Assim, movida por ideais de cidadania liberal, humanista, faço opções e participo, como posso (e como me deixam), na vida da comunidade.

Ora, ontem à noite, alguém de quem MUITO gosto, o meu irmão muito querido, por eu ter dito que votarei em Marcelo Rebelo de Sousa para a Presidência da República, chamou-me "intelectual de esquerda"! Foi, para mim, mais ofensivo do que se me tivesse chamado um palavrão vernáculo. Em primeiro lugar, porque não quero ser intelectual, em segundo porque abomino a esquerda.

Para mim, as esquerdas, todas, não se libertaram, nem libertarão,  das amarras estalinistas que eu repudio! As esquerdas perseguem a individualidade, combatem o direito à iniciativa privada, são, para mim, abjeções sociais. Não! Eu NÃO SOU de esquerda. 

E sim, vou votar Marcelo. Porque o meu país não é uma brincadeira, porque só Marcelo tem cultura e educação, porque só ele (errando com certeza muitas vezes) sabe o  que é uma sociedade humanista. Votar em Ana Gomes é apoiar uma esquerda que já mostrou do que é capaz, votar Ventura é abrir a porta à falta de liberdade, votar Marisa é ser pretensioso e vazio de projeto, e votar em qualquer um dos outros candidatos é brincar com coisas tão sérias como o dia-a-dia de cada um dos portugueses.

Doeu-me a ofensa. Mas sigo firme nas minhas convicções e sim, vou votar em Marcelo!


2 comentários:

  1. Gosto, uma análise que aprecio, mas no meu entender Marcelo não tem tem tido a determinação que deverá ter um chefe de estado, além de ter sido excessivamente tolerante com uma esquerda intolerante. Faz falta neste momento uma direita forte com peso nas urnas que equilibre as forças e lembre Marcelo que há uma doreita/centro que votou nele e que por ele está esquecida e abandonada. Esse cartão vermelho infelizmente só poderá ter peso se for mostrado por Ventura. Foi ele, Marcelo, que pediu esse cartão vermelho.

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    1. Esse suposto cartão vermelho pode sair muito caro a Portugal. O que está em causa é muito sério, não é caso de amuos.

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