quarta-feira, 6 de maio de 2009

Convite para jantar

Ligou com urgência. Que sim, que queria mesmo vê-la. Que claro, que ia buscá-la. Longe? O que é isso para quem, de facto, dá valor às essências, aos momentos exclusivos, à qualidade e à ternura? E a mesa marcada. Ela a ceder. Uma consciente inconsciência, uma transgressão assumida. E o automóvel veloz, fresco, Diana Krall e Rodrigo Leão por companhia. Palavras sem lógica, tentativas inglórias de vestir de razão a irracionalidade da paixão intensa. Que bom estarmos na UE, não há fronteiras, já viste o tempo que poupamos? Ela a sorrir. Ah, se a Europa fosse assim fácil, emotiva, feita de força e união, de paixão e entrega... E ele a impedir o mundo, os outros, o real, de invadirem o sonho, intrusos da banalidade. Peixe no sal, vinho gelado, crema catalana, café horrível e a tarde, inteira no pôr do sol a chegar, para os inconfessáveis. Inenarráveis também. É bom quando o sonho diz presente!

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