terça-feira, 2 de junho de 2009

O TEMPO

O meu pior inimigo, e eu tenho muitos, é o tempo. Parece um glutão com barriga interminável, nunca fica saciado, exige devorar cada cagagésimo de segundo a uma velocidade alucinante. O tempo esgotou este doloroso ano lectivo. Num instante, um instante marcado de muita revolta, angústia, dor, mágoa, frustração, incompreensão e desilusão, chegou ao fim o ano lectivo 08/09. Para mim, ficará nas minhas memórias profissionais mais negras. Fez-se de muito sofrimento, de dolorosa solidão.
Agora, vejo partir os miúdos, três meses de inactividade (só em Portugal) e assusto-me. É que eu ainda tinha muito para viver com eles... Queria, agora, tempo de efectiva aprendizagem. Sem a maldita avaliação sumativa, com tempos de qualidade. Queria poder ir sair com eles, visitar museus, ouvir boa música, correr na praia, conversar sem campainhas inoportunas. Se eu mandasse alguma coisa, ou se alguém me ouvisse de facto, os miúdos apenas ficariam em casa em Agosto. Até lá, haveria aprendizagens de SER, reais e efectivas, feitas de cumplicidades, de diversidade e de imensa qualidade!
Mas, porque o tempo é mesmo meu inimigo, vou morrer com esta mágoa de ser professora num país que reduz a aprendizagem à instrução (pouquinha, ainda assim...)

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