quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Monarquia versus República

Tarde de 4ªfeira e o Clube Europeu, o meu Clube Europeu (mentira... é da minha Escola, eu só coordeno), esse mesmo que tantas dores de cabeça, alegrias e preocupações me dá, a desenvolver mais uma iniciativa daquelas de aprender a ser Pessoa. Desta vez, confrontar Monarquia e República, ajudar os miúdos a perceber que ditadura e monarquia não são sinónimos, fazê-los perguntar, ter dúvidas, reformular ideias feitas e encontrar caminhos, era o desafio. De um lado, a minha amiga Teresa, monárquica de emblema na lapela, segura, fundamentada, apaixonada pela Causa; do outro, o meu colega Capote, experiente, treinado para o uso da palavra, sensato e racional, defensor da República. Esgrimiram-se argumentos, apresentaram-se ideias, deram-se exemplos, falou-se de cidadania e de liberdade, de tempos e de épocas, de indivíduos e de grupos. Os miúdos, jovens quase a poder votar, fizeram perguntas, contradisseram, optaram.
Eu, republicana convicta, olhava a discussão com a alegria, disfarçada, de ver a Escola acontecer. Porque eu acredito que é assim que se faz Escola! Acredito que é importante conversar, não contraversar, ouvir, dizer, questionar, reflectir e construir ideias novas. Saí da Escola depois das seis, cheguei lá às oito e dez da matina, mas vim para casa com a sensação do dever cumprido, com a certeza de ter feito alguma coisa pelo mundo que integro.
Talvez, daqui a 20 anos, estes miúdos não se lembrem das características do Romantismo, ou sequer da diferença entre um conector adversativo e um disjuntivo, mas, tenho a certeza, lembrar-se-ão de uma tarde, numa sala desarrumada, com ruído de obras a perturbar a comunicação, em que discutiram coisas de ser Pessoa!!

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