quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Vila Viçosa - MULHER

De quinze em quinze dias, Vila Viçosa acolhe-me. Chego cedo, pelas duas e meia, e sempre me surpreendo com a entrada imponente do castelo ao fundo da praça simpática. Estaciono, tomo um café, às vezes peco uma queijada (são deliciosas, de requeijão), e rumo à Escola. Lá, encontro os colegas que, como eu, procuram facilitar a urgente mudança que a educação exige. Partilhamos experiências, discutimos metodologias, espiolhamos o novo programa, comentamos, produzimos, vivemos momentos que, quero crer, serão marcantes no nosso quotidiano lectivo.
Hoje, uma vez mais, fui a Vila Viçosa. Cheguei dividida, ou mesclada, os sentires profissionais tecidos por angústias particulares, tinha vontade de chorar, apetecia-me ter a força da D. Luísa de Gusmão que dali partiu em busca de um reinado difícil. Deu-me, então, mordiscando a queijada (foi dia de pecado), para pensar como é duro e doloroso sentir no feminino. Vila Viçosa conheceu, acolheu, Mulheres sofridas: D. Luísa, D. Catarina (coitadinha, o marido fê-la de fel e vinagre), Florbela Espanca... Agora, acolhe-me a mim! E, se não sou comparável em importância, sou-o decerto no sonho que acalento. E os meus sonhos...

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