quarta-feira, 13 de julho de 2011

Instruções

Acho sempre que só as coisas simples, como os eletrodomésticos, trazem instruções. Normalmente, são textos instrucionais, de redacção confusa, para nos fazer compreender que o botão verde liga, e o vermelho desliga, ou que as multifunções são tantas que nunca esgotaremos as potencialidades recém adquiridas. Não costumo perder muito tempo com as instruções, até porque, a maior parte das vezes, surgem em letra miudinha, tão minúscula que os meus olhos recusam o esforço de as decifrar. Nos exames dos meus alunos, nas apólices de seguros, nos contratos, nos empréstimos bancários, etc., também surgem as instruções, muitas vezes armadilhadas..., e eu, mesmo consciente do risco, ignoro-as quase sempre. Mas, hoje, deu-me para pensar que seria útil se  a vida viesse com livro de instruções. Seria importante saber como guardar para sempre um passeio na praia à hora das gaivotas, como redigir os milhentos relatórios (ou ralatórios?) que fazem a vida de um professor, como  enfrentar sem irritação as filas do supermercado, como meter gasolina sem que o cheiro se cole à pele, como sorrir a quem nos magoa, etc. Acima de tudo, hoje acho que devia haver instruções para se celebrar o Amor em cada momento, para se combaterem eficazmente as saudades, para se evitar a passagem do tempo tecido de boas presenças.
Se a vida viesse com livro de instruções, juro que as leria atentamente!

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