sexta-feira, 16 de setembro de 2011

O POÇO

Era uma plataforma dura, e estava escuro. Muito escuro. Ela estava sozinha, enroscada na solidão, desfiando ausências de dor. De repente, o chão cedia e ela voltava a cair. Era um rebolão forte, doloroso, e o poço fazia-se mais fundo ainda. Quando parou a descida, olhando para cima, viu brilhar ao longe uma luz inacessível. Nunca ía sair do poço! Enroscou-se em si-mesma, era o que  lhe restava, e viu extinguir-se, aos poucos, a luzinha dourada.
Quando o despertador tocou, estridente, teve dificuldade em situar-se. Tinha sido um pesadelo horrível e, tinha certeza, o resto do dia carregaria em si aquela escuridão solitária que tanto doía.
Há pesadelos demasiadamente reais. Que diria Freud?

1 comentário:

  1. Haverá sempre ALGUÉM quem lhe irá dar a mão para a ir buscar ao fundo dessa escuridão e desse buraco.

    ALGUÉM que lhe fará esquecer a solidão e a dor.

    Cumprimentos.

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