terça-feira, 29 de maio de 2012

Tempo desperdiçado

Apesar de se aproximar o final das aulas de terceiro período, e de os alunos do secundário (especialmente os de 12º ano) estarem na fase de muito trabalho com a aproximação dos exames, a ocupação plena de tempos letivos (vulgo aulas de substituição) continuam em vigor. Acontece, por isso, estarem os alunos numa sala, olhando e brincando com os computadores, guardados por um professor que não conhecem, esperando que o tempo corra e a campainha toque. O tempo, só para chatear..., decide arrastar-se e o cansaço de nada fazer - dos piores que existem! - instala-se em todos. Tento conversar com os vinte jovens que devo vigiar, sugiro temas actuais. Mas eles nem me conhecem, e conversa à hora de almoço, com a cabeça cheia de desafios e sonhos, não é coisa que apeteça. Voltam aos computadores e ouvem música, acabam trabalhos, pesquisam as novidades do youtube. Eu deixo-os. Hoje, a culpa deste tempo desperdiçado não é deles. É dos adultos que impõem sem razão, que se esquecem (?) que crescer é também poder escolher como ocupar tempos, que ser jovem não pode ser, apenas, ouvir e obedecer. Podia ser diferente? Sem dúvida que sim. Podiam, estes tempos, ser espaços de liberdade para os alunos, pelo menos os do secundário, e podia a escola ser encarada como educadora e não, apenas, fiscalizadora. Podia ser diferente, sim, se se criassem espaços favorecedores de aprendizagens activas e dinâmicas, em vez de salas cheias de computadores e solidão.
Podia, sim, ser diferente!

2 comentários:

  1. Na verdade é uma perda de tempo que bem poderia ser aproveitado para tanta coisa útil...
    É assim que os crânios do ME querem!
    Temos que cumprir.

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  2. Querida, concordo plenamente. Aulas de substituição não são mais do que perdas de tempo...
    Pode ser que haja alguém (dos que mandam...) que perceba isso...
    Um beijo

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