domingo, 8 de dezembro de 2013

8 de DEZEMBRO

Na minha infância, onde está ela?, esta era a data do Natal pequenino. Com chuva ou sol, bem cedo saltávamos da cama e, de botas e samarras, corríamos a Serra a procurar tapetes de musgo e a escolher o pinheiro. O meu Pai era o chefe destas expedições, ensinando como arrancar o musgo sem o partir, rindo-se dos sustos causados pelas minhocas e outros bicharocos que caíam nas nossas mãos agarrados à terra. Era dia de Nossa Senhora, era, também, Dia da Mãe.
Hoje, é só um domingo cheio de sol, cheio de memórias e sonhos perdidos. Hoje, é um domingo de realizações adiadas, de dificuldades e medos, de dúvidas e angústias. A vida é mesmo assim, dizem-me. E eu, incrédula, silencio a mágoa do tempo ausente em que eu ia ao musgo e as minhocas caíam na minha mão suja e pequena.

3 comentários:

  1. Ternura tão dorida. Não merece!
    António

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  2. Gosto tanto, mas tanto, quando fala assim destas coisas. Quase choro, mas gosto mesmo!
    Ana

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  3. Os nossos, quando partem, deixam-nos saudades pela vida fora.Levam uma parte das nossas vidas, mas é assim que tem de ser...

    Pelo menos, quanto ao musgo, já não precisa de minhocas nas mãos. Compra-se, prontinho a estender, embora carito...

    Agora é tempo de viver as lides do Natal, com os seus preciosos netos; para que eles a recordem também, eternamente. Transmita-lhes a alegria de antigamente...
    Feliz tempo de Natal!

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