Chegou o mês de Dezembro. Já não se lembra a independência, já nem se fala em D. João IV. Esquece-se o Portugal de ontem, com referências e sonhos, com lutas e liberdade. Agora, o tempo é de preparar o Natal, de acreditar que, para lá do horizonte, no limite onde o fim se anuncia, pode haver uma linha que, mesmo ténue, pode trazer esperança. Quero acreditar! Quero ter força para continuar sonhando, lutando, aproveitando as brechas mínimas da realidade para sorrir ainda. Na vida quero descobrir o que está para lá da linha. Quero! E sei que preciso de ajuda para o fazer. Preciso, e como..., que a compreensão dê as mãos à ternura e ao amor. Preciso que o amanhã não chegue recuando, preso a um passado que já foi e não quero mais...
XIX POEMA DE O GUARDADOR DE REBANHOS - A.C.
ResponderEliminarO luar quando bate na relva
Não sei que coisa me lembra...
Lembra-me a voz da criada velha
Contando-me contos de fadas.
E de como Nossa Senhora vestida de mendiga
Andava à noite nas estradas
Socorrendo as crianças maltratadas...
Se eu já não posso crer que isso é verdade,
Para que bate o luar na relva?