quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

O Cedro

Era enorme, velho, frondoso e imponente o cedro. Lembro-me dele de sempre, ali, crescendo até quase tocar o céu e fazendo sombra ao canil. Há tempos, a morte anunciada do cedro começou a ser conversa. Que estava velho, que tinha crescido demais (até para as árvores é crime querer chegar longe?), que corria o risco de cair, que podia partir o muro, que, pior!, podia cair em cima de alguém. Fiz algumas tentativas, pouco convencida confesso, para evitar a catástrofe anunciada. Não tive êxito... A Câmara Municipal não podia, os bombeiros não podiam, ninguém podia e o cedro foi sobrevivendo. Ontem, em plena noite de Natal, o velho cedro desistiu de viver e, levado por uma rajada mais forte, destruíu o muro, caíu na estrada, rebentou os fios da EDP.

Num instante os bombeiros puderam vir, a polícia também e até a CMP deu uma ajuda. Da minha janela, sob chuva torrencial, via as luzinhas azuis a tremelicar e garantia aos meus netos que era o Menin o Jesus que andava perto.

Hoje, verifiquei a destruição. 
E hoje, depois de um dia atribulado, apetece-me agradecer aos bombeiros e aos técnicos da EDP que, apesar de ser Natal, trabalharam incansavelmente para me devolver a energia eléctrica. Fiquei a pensar nestas pessoas que passam as Festas a trabalhar para ajudar os outros. Claro que sei que são pagos para isso mas, mesmo assim, acho que merecem um imenso obrigada de todos quantos ajudam. Às vezes, não pensamos naqueles que, no anonimato e na sombra, fazem parte da vida de uma comunidade. Para eles, todos, um grande Natal embrulhado num obrigada enorme!

1 comentário:

  1. Luisa, nesse mesmo dia vi jeitos de o meu pinheiro, que vai fazer 30 anos brevemente, ser também derrubado pela ventania! Os meus medos foram os seus mas felizmente aguentou-se. Também vou ter que pensar na sorte do meu pinheiro, mas sei de antemão que os meus três filhos vão reagir e opor-se...

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