sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Para Respirar

Ali, junto ao Porto da Espada,  depois de passar a estrada de curvas onde o olhar se afoga na paisagem líquida que a Apartadura oferece, há um campo de castanheiros que, seja em que época do ano for, me fascina. As velhas árvores, de troncos rugosos e largos, sugerem-me resistência, força também. Penso que, embora nem sempre morram de pé, aguentam as intémperies com uma energia invejável. Será porque não sentem? Ou será, apenas, porque não constestam o natural? Não quero respostas, basta-me a dúvida.
Lá no alto, espraia-se Marvão. Perto, encerrado num muro de branco imaculado, estão os mortos da zona. 
Vou ali muitas vezes só para respirar. Fundo!

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