quinta-feira, 25 de março de 2010

Viveres


Cada dia surge lavado de novo, se o traz a chuva. Mas é sempre novo, a estrear, quando, cedinho, abro os olhos e penso/sinto que estou viva.
Por vezes, apetece-me estar dentro da minha concha, ostra por descobrir, e ficar. Outras vezes, pelo contrário, apetece-me atirar-me à vida, agarrá-la energicamente pelas orelhas e obrigá-la a cumprir-se a meu gosto. Então, cheia de esperança, esgoto os segundos em coisas de ser, de sentir e de fazer.
Nestes dias, em que olho o tempo real, observo o mundo em redor de mim, é frequente esbarrar com a hipocrisia, com a falsidade, com as eternidades prometidas que se esgotam em velocidades alucinantes. Mas resisto, luto, e, muitas vezes, quando retorno à protecção da minha cama, rebobino com saudade todos os bons momentos.

1 comentário:

  1. Não te deixes ficar ostra por descobrir! Nunca. Ou então "só aos bocadinhos"...
    Tens muito para dizer, mostrar, gritar e ensinar!!!
    BEIJOSSSSSSSS

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