segunda-feira, 18 de julho de 2011

Asnos?

Levadas por um vento fresco, soltas e sem amarras, as nuvens pintam o céu do meu Alentejo. Cá em baixo, no mundo que piso, a desertificação,
socialmente grave, permite que as antigas aldeias, como o Porto de Espada, se mantenham  iguais a si mesmo. Quase... porque já há umas portas de alumínio, umas colunas romanas (?), uns azulejos exteriores. Mas, ao longe, visto do cemitério branco e silencioso, o panorama continua a encantar-me. Passo ali muitas vezes, a caminho da gasolina MUITO mais barata em Espanha, e nunca consigo ficar indiferente.
São Mamede, maternalmente, abraça no colo a pequena aldeia, o tempo parece não ter pressa e a beleza rude, intensa, enternece o olhar mais desprevenido. Às vezes, gosto de parar o carro e ficar observando o campo cheio de castanheiros, um castinçal - como dizem por aqui -, e as milhentas flores que polvilham o chão. Mesmo ao lado, junto de um regato romântico, há uma criação de burros. Burros de verdade, com identidade reconhecida, grandes orelhas e olhos enormes. Olho-os e penso sempre que o nome que lhes atribuiram deve ter sido colocado por antinomia. É que eu conheço muitos seres, muitos mesmo, que se chamam pessoas inteligentes e, na prática, são muito mais asininos do que eles!!!

2 comentários:

  1. Não lhes chame de asininos porque, como são mesmo BURROS, ainda devem pensar que é um elogio, essa palavra difícil e complicada. Se lhes chamar de BURROS entendem logo!

    Cumprimentos.

    ResponderEliminar
  2. Minha Mãe,
    Comparar as ditas "pessoas inteligentes" a esses animais tão simpático e engraçados é, sem dúvida, insultar os pobres animais ...
    Beijos

    ResponderEliminar