quarta-feira, 20 de julho de 2011

Sem aviso

Abusadoramente, chegou e instalou-se. Tentei fugir ao inesperado, mudei de lugar no sofá, fugi para o quarto tentando o apoio do ar condicionado, mas sem êxito. Quase em desespero, apaguei as luzes, petrifiquei-me e rezei. Teria sido tão bom se Alguém me ouvisse... Mas a intrusa manteve-se. Zunia, escarnecendo da minha angústia, ocupando o meu espaço total, interior e exterior, mostrando as garras afiadas,tenazes que me arrancavam da memória o Mestre Finezas do meu universo de leituras infantis.
Aliando-se à minha revolta, o meu olho esquerdo começou a palpitar e a lágrima escorria imparável. Perdida na minha prisão injusta, meti-me na cama, antes do sol dormir, e fiquei quieta. Ela partiu, quase de madrugada, tão ao de leve como chegara. O duche matinal encontrou-me olheirenta mas aliviada e, enfim, consegui voltar ao trabalho com alguma boa disposição...
Acho um abuso, uma violência, a forma como a enxaqueca de vez em quando me visita!

2 comentários:

  1. Querida, realmente não foi uma boa visita...
    Mas mesmo com olheiras, continuas linda!!
    Mil beijos

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  2. É assim, por definição! Um horror que só quem a sofre sabe avaliar.

    A cabeça estala, parece explodir, provoca luzinhas, estrelas agressivas, latejares brutais.

    Assim aparece e assim se vai... deixa marcas,deixa olheiras, deixa má disposição e, sobretudo, deixa uma boa duma ressaca.

    Ainda bem que já se foi! Que faça boa viagem!

    Cumprimentos.

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