domingo, 28 de julho de 2013

A LUA

Da janela alta, num lugar que não é seu, vê nascer a lua enorme. Contrariando a ciência, nasce cheia de luz, ressuscitando nela  histórias de infância (lá vem a raposa a querer comer o queijo enorme reflectido na água), desperta referências da adolescência (e vem o abraço dançado ao som do touro enamorado de la luna) e acorda-a para a realidade. Aquela lua será a mesma que vêem os povos em luta, as vítimas da violência, os alvos do ódio crescente. Ela olha-a lembrando poesia, quadras que sabe de cor, e há quem a olhe tremendo a morte, a violência injusta. Sabe que é o mundo, que é a vida que os homens fazem, mas teme que, um dia, a lua nasça negra para todos e, então, não haja mais lugares onde a Poesia continue a acontecer...

1 comentário:

  1. Enquanto houver Luísas Moreiras a Poesia não morrerá!

    Fernando

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