sábado, 15 de março de 2014

De Cima

Lá em cima, no alto do arco da Rua Augusta, fica um dos melhores miradouros de Lisboa. De lá, vêem-se telhados, pessoas minúsculas e gostosamente silenciosas, e o Tejo sempre! A estátuta, grande e de costas para nós, deixa-nos ver pés descalços. De Gama? de Viriato? do Marquês? Não interessa porque são mudos, e olham sem ver o Tejo, "futuro do passado". Não perco tempo a olhá-los, encosto-me e fico reconhecendo a cidade: - Mansardas com gente, narrativas por escrever, lojas modernas, esplanadas, o Castelo por limite. Curiosa e estranhamente, lá no alto, onde não chegam naus nem caravelas, estão dois cabeços suportando força de amarras que nada seguram. Com certeza é a força das Descobertas, a presença da época de ouro deste país que é Portugal. Mas, curiosa e tristemente, as amarras não tiveram força para segurar o futuro que, hoje, é presente triste...

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