sexta-feira, 5 de abril de 2019

NEVE

É Abril. As cerejeiras, os marmeleiros, as cameleiras, estão carregadas de flores e neva. Cai do céu, suave e macia, tão silenciosa como Augusto Gil a descreveu, em flocos gordos, a neve branca que cobre o chão. Faz frio, muito frio, e o olhar confunde flores que prometem frutos (nascerão?) e água feita fofura branca. Os cães estão calados, espantados talvez, os pássaros não voam e as árvores nem se agitam. Gosto da neve. Gosto do conforto da lareira, do lume forte, do chá quente, olhando a neve que cai. 
Em Portalegre, este é o fim-de-semana da Festa da Doçaria, do Concerto dos Triunfonia da amizade, e não me apetece sair. É tão bom fingir que acredito   que o mundo parou, assim, almofadado na brancura gelada da neve.

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