domingo, 22 de fevereiro de 2009

CARNAVAL

O Oceano Pacífico faz-me companhia. Música de memórias, muitas!, de tempos onde as noites eram mais cheias de alegria e companhia. Hoje, estou na imensidão do Oceano Pacífico navegando na nau imensa da minha saudade. Lembro outras marés, ondas calmas por vezes, tormentas com frequência. Lembro viagens, partidas, novas realidades, olhares diferentes e muitos hotéis sem personalidade onde, por vezes, fui muito feliz. Feliz de ser de facto, nos tais instantâneos de que se faz a felicidade que não é, então, a senhora corcunda que vende maçãs de Bravo de Esmolfe no mercado. Hoje, agora, com a lareira acesa, fecho-me em mim e ignoro o Carnaval de que não gosto. Não gosto dos disfarces, da imitação rasca do Brasil, dos homens gordos com lábios pintados e meias de licra, das mulheres meias nuas, disformes por vezes, das gargalhadas que me soam a falso, a plástico, à vulgaridade das perucas compradas nas lojas horríveis dos chineses.
Quando as minhas crianças eram pequenas, vestiam-se também. De bruxas, de fadas, de índias - penas oferecidas pela Srª. Dª. Zélia - e eu achava graça. Era o faz-de-conta infantil a permitir concretizações. Com adultos, incomoda-me. Acho ridículo. Como acho ridículo o meu país, hoje, feito de coisa nenhuma e de mentira instalada mesmo sem ser Carnaval...

Sem comentários:

Enviar um comentário