sábado, 14 de fevereiro de 2009

Dia dos Namorados

14 de Fevereiro. O rádio grita o dia, o dos namorados, sugere presentes, comemorações, jantares, noites em Pousadas. As rosas sobem de preço, a vendedeira honesta propõe-me comprá-las apenas no próximo sábado, custarão metade.
É a vida, a de faz de conta, a fazer-se presente. Os restaurantes estão cheios, os corações vazios. Lembro o dia, impossível ignorá-lo, e vêm outros dias, quando ninguém estava ausente e eu era feliz, quando as conversas corriam soltas, cúmplices, intensas. Então, a cama de casal não era excessiva e o abraço másculo, forte e protector, sempre me aquecia o corpo afastando os medos.
Hoje, os medos são muitos. As desilusões imensas. Medo do país, da sem-vergonhice que impera, das barbaridades naeducação que me fazem não dormir, andar angustiada e temer represálias. Porque, em Portugal, o mesmo país que festejou a LIBERDADE com cravos, agora as flores perderam o odor. Diz o Poeta, o meu Poeta, que "Tudo vale a pena//Se a alma não é pequena", e eu duvido... É que já passei muitos Bojadores, já enfrentei excessivos Adamastores e o meu sonho continua por cumprir-se... É HORA! E acho que não. Que já foi. Que se perdeu a hora e, agora, só as injustiças vingam. Tudo se emaranha em mim, nos meus sentires magoados, nos meus pensares desajustados.
Dia dos Namorados. Sonho com memórias vividas. Com o tempo do corpo colado ao meu, das mãos másculas provocando impossíveis, das minhas certezas de eternidade quando, voando, fazia corar os anjos de vergonha. Até o S. Valentim!

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