domingo, 1 de fevereiro de 2009

Voltei há pouco. Vim com a alma limpa, sovada do vento agreste, das ondas ameaçadoras, do silêncio de Porto Côvo que sempre me renova os sentires. Estava vazia, a pracinha agora recuperada, calçada nova, as casas caiadas, as barras azuis-alentejanas bem brilhantes e limpas. O Marquês, sempre igual, tinha tempo para conversas boas, descontraídas, garantindo a qualidade do marisco e brincando em torno do Tango que pedi para beber. Do meu carro, que se agitava com a força do vento, vi a ilha do pessegueiro ouvindo Rui Veloso. Mas não me lembrei do enforcado, da morte ou do medo. Ali, quente e em paz, lembrei antes a necessidade de continuar a existir, a viver, a tentar encontrar sentidos no nonsense generalizado.
Ontem, cumprindo rotinas, bem instalada em frente de uma bica forte e um delicioso pastel de nata - canela obrigatória! - folheei o SOL e soube do Sócrates. Não me indignei. Porque não me surpreendi....

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