quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Chuva e esperança

Chove muito, hoje, em Cambridge. Chuva grossa, molhada mesmo, enérgica e envolta em nevoeiro. Faz frio também. Por contraste, em casa o Manel Bernardo está quentinho, mamando bem, esticando-se com energia, divertindo-se a regar tudo à sua volta sempre que lhe mudamos a fralda. É tão bom tê-lo aqui!!É espantoso como um ser minúsculo, uma amostra de gente, se tornou o centro do meu mundo. Olho-o nos meus braços, indefeso, e tenho medo do que a vida possa vir a fazer com ele.
Este bebé, que chegou a despertar-me para tantas coisas, tem de ser capaz de viver (não apenas sobreviver), num mundo que, cada vez mais, é desumano e vazio. Este bebé, o Manel Bernardo, tem de ser capaz de conhecer o Amor, compreender a ternura, criar cumplicidades, valorizar sentires. Olho-o, agora, e digo-lhe coisas de ser e viver, em português do melhor, tentando, assim, que ele comece a amar uma língua que, acredito eu, definirá a sua essência. Ao meu Manel Bernardo, agora, não ouso falar de medos nem traições, de mentiras nem hipocrisias. Conto-lhe, apenas, da frugalidade da vida, da voracidade do Tempo, e da missão Humana de tecer felicidade. De verdade mesmo, olho o meu bebé, reparo como ele me olha também, e acredito que, naquele coração minúsculo, começam a criar raízes as plantas da essência Humana!!

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