domingo, 6 de dezembro de 2009

De Longe

Pessoa, o meu Pessoa, defendia que a Arte surge, as vivências também, não no momento real mas, antes, no momento da recordação dessas vivências. Defendia a reconstrução do vivido, no pensado, para assim conseguir a essência. Hoje, concordo com ele. Aqui, longe do meu Portugal que tanto critico, tenho saudades daquela terra onde a idiotice lidera. Confrontada com a modernidade, com o sentido da existência nesta cidade de Cambridge, penso no meu Portugal desordenado e desejo-o intensamente. Contaram-me, ou li, que houve a cimeira ibero-lusa, que o amigo Chávez faltou, que o Sócrates quer vender os Magalhães à Venezuela, e eu nem me irritei. Sorri e aceitei. À distância, pintado com saudades..., o meu país até quase faz sentido.
Hoje, apetecia-me o Convento de São Paulo, a calma do velho Convento, as recuperadas celas acolhedoras dos frades, os ruídos de Inverno do meu Alentejo, o acordar para o pequeno-almoço de pão quente com boa manteiga!!!

1 comentário:

  1. Luísa querida! take it easy... Com calma. Aproveita agora a "civilização": com saudades é bom tudo,eu sei, mas descansa ai, faz uma limpeza geral à cabeça, respira o ar frio de Cambridge, pensa na tranquilidade do Convento...mas vai ver o Cam de que gostas tanto. Deixa as saudades!
    E depois ...o Alentejo again e o pão...alentejano.

    ResponderEliminar