domingo, 20 de dezembro de 2009

O Boneco de Neve


Sobre Cambridge, indiferente ao frio e à neve, o bonequinho dourado brilhava. Brilhava, ufano, aproveitando cada milímetro de sol, estando-se absolutamente nas tintas para o facto do sol estar gelado. Afinal, no imaginário do bonequinho dourado, paradoxos pessoanos como o sol frio, não tinham lugar. O bonequinho brilhante homenageava a vida e, por isso, fazia render a luz fria, purificando-a, fazendo-a cair no chão, sobre os humanos agasalhados, como pós de falicidade. Olhei aquele bonequinho e lembrei-me da fada Sininho, com o saco de pós de voar, e do Peter Pan, o eterno menino das mil histórias que sempre contava às minhas meninas. Ri-me com gosto e, também porque tenho um casaco novo muito quentinho (um presente de Natal mesmo especial), deixei que me caissem nos ombros os pós mágicos do bonequinho brilhante. Agora, quase a ir para a cama, penso nessa magia e enrosco-me, muito quieta, esperando o resto que essa promessa feliz hoje anunciou...

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