sábado, 5 de dezembro de 2009

Sábado


Hoje, sábado frio em Cambridge, saí cedo de casa. A caminhada até ao centro, meia hora de marcha, aqueceu-me a alma, fez-me sorrir e, apesar do frio gelado, deixou-me confortável. Percorro três longas ruas, todas diferentes, e vou sempre reparando na vida, nas existências e essências, tão diferentes aqui das da minha cidadezinha de província. Como tinha toda a manhã para mim, fui olhando com olhos de ver, e de sentir, cada pormenor. Mais uma vez, a beleza do rio Cam me encantou. Por detrás do King's College, corre calmo, límpido, fazendo de espelho aos ulmeiros que, como dizia Camões, "pendem parecendo afeitar-se". A luz matinal ajudou o meu clic e tentei prender, guardar para mim, instantâneos de momentos que adivinho fugazes e irrepetíveis.
Cheguei ao Centro, passeei no emaranhado de ruas, fui ao simpático mercadinho. Aqui, tudo se vende à unidade e, por isso, é possível comprar vinte tangerinas, cinco cenouras, seis tomates, dois alhos franceses e uma coisa que não sei o que é, mas dá bom gosto à sopa, e que eu chamo uma cenoura branca. Comprei pão, também. E esbarrei com a inevitável globalização, pois, no coração da secular e sábia Cambridge, no mercadinho de rua, a banca do pão vende pão de Itália, França, Grécia, Inglaterra, Espanha e Alemanha. Só para me chatear, não tem pão de Portugal!! Yes I have, look from Spain! E eu explico que não é Spain bread que procuro mas, Portuguese Bread, de preferência da Salavessa..., e ele insiste, porque, para o velhote do pão, Portugal é um bocado de Espanha!!! Só por causa disso, comprei pão francês...

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