domingo, 16 de junho de 2013

Quando a solidão fica maior


Muitas vezes penso, e sinto, que solidão não  é estar sozinha. Eu gosto de estar sozinha, com os meus livros, as leituras de blogues, os passeios pela Serra, as descidas até à minha cidade para encontrar rostos amigos. Não me sinto solitária, mas sozinha. Agora, em Junho, Portalegre está ainda mais bonita, com a rua do Comércio e a rua Direita engalanadas pelos lojistas para se viverem os Santos Populares, e eu não me incomodo com os passeios sozinhos, as bicas sem companhia. Não me incomoda, mesmo nada, viver sozinha, e não acho que isso seja solidão.
Para mim, solidão é algo bem diferente. É o que sinto hoje, quando as malas estão prontas e os meus meninos vão partir... Agora, a solidão fica mais negra, dói mais intensamente, os minutos esticam-se até ao insuportável e as horas parecem séculos! Parte a ternura, a gargalhada, a conversa cúmplice, e as minhas mágoas doem demais. E, para complicar tudo, a solidão pode crescer mesmo quando já é enorme! Eu sei que pode...

A esta hora, já pronta para ir até ao aeroporto levar a minha gente, olho a Serra, os cães surpreendidos com a cedura, e penso que devia ser possível haver um limite para a solidão, para a desilusão, para o desapontamento também...

3 comentários:

  1. Não gosto mesmo nada quando a sinto assim triste. Não merece!

    Ana

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  2. As saudades dos netos devem mesmo ser terríveis, para estar assim!

    António

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  3. "Os amigos não defendem apenas o nosso sorriso: oferecem-nos o tempo para chorar o que temos de chorar".

    "Muitas vezes é a dor que escava em nós profundidades que depois a alegria vai encher".

    Beijinhos, boa semana...

    (Este Crato está pior que o sô Passos...irra que estão feitos.
    Ai cultura, cultura...acabam por privatizar o ensino ?...e os pobres?!...)
    Setôra, temos de trabalhar nesta coisa...anime-se!

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