terça-feira, 12 de dezembro de 2017

A ESCOLA

Mais uma vez os noticiários da manhã trazem a Escola portuguesa a palco. Os nossos alunos são os que mais reprovam, os que mais cedo abandonam a Escola...
Vão chover críticas aos professores, os mesmos vão alegar a extensão dos programas, o elevado número de alunos por turma, os horários pesados dos jovens. E é tudo verdade!
É verdade que os programas são imensos, que as turmas são grandes, que há professores que recusam perceber que, num mundo tão diferente do que era há dez anos, é impossível continuar a fazer a mesma coisa...
Os críticos vão dizer que as aulas são pouco práticas, muito expositivas, o que também é verdade.
Mas eu, que sou professora, gostava que também se dissessem outras verdades. Que há muito bons professores a tentar fazer diferente e melhor. Que há professores a adoptar dinâmicas educativas assentes em metodologias activas, que há escolas a ousar introduzir a melhoria, a lutar por cada aluno e a tentar criar verdadeiros climas de aprendizagem. Quando se fala de educação, acho eu, fica sempre o mais importante por dizer. Fala-se do que não é bom, mas ignora-se o que o é! Se os professores, aos olhos de alguns iluminados são uns bandidos incompetentes, é bom lembrar que esses mesmos que os condenam foram por eles ensinados...
Eu acredito na Escola Pública, embora não a ache perfeita. Defendo que é precisamente na Escola que se desenvolve e cria uma sociedade mais equitativa, mais humana e mais sábia (no verdadeiro sentido da palavra). Tenho muita pena, mesmo!, que haja ainda alguns professores que continuam obcecados com as médias dos testes, com os exames e os rankings, pensando que o papel primeiro da Escola é preparar alunos para as Universidades. Não é !
À Escola de hoje exige-se muito mais, e muito diferente. A Escola tem de existir em plena harmonia com o meio, olhando a pessoa que mora em cada aluno e tudo tentando para que o sucesso pessoal e social possa acontecer. Tenho pena, também, que alguns professores insistam em colocar os meninos em filas, como nos autocarros, despejando matéria, sem criarem dinâmicas que, de facto, promovam a aprendizagem.
Sei que a Escola portuguesa está muito longe de ser perfeita, mas não posso ficar indiferente à injustiça de algumas (muitas) críticas injustas. A Escola portuguesa também está em mudança e eu, sinceramente, acredito que essa mudança vai acontecer exactamente por causa dos muitos professores muito bons que existem em Portugal!

Sem comentários:

Enviar um comentário