Olá madrugada. A luz amarela, lá fora, denuncia frio. Vejo-a daqui, do quente da minha cama, tentando distrair as lágrimas teimosas. Vou hoje despedir-me de mais um amigo. De um colega rabugento mas fantástico, verdadeiro e enorme professor.
Estou tão cansada de despedidas! Acredito , tento..., que há sempre uma madrugada grávida de possibilidades, mas temo que os anoiteceres, a escuridão, se imponham à nova luz.
Tenho em mim toda a tristeza do mundo.
E tenho de sorrir, porque a tristeza é um luxo que não posso permitir-me. Os outros não a merecem. Daqui a pouco vou levantar-me, vou chorar o adeus. Depois, o meu colo acolherá os netos e a vida continuará a cumprir-se. Assim. Indiferente, vezes demais, aos meus desejos, impondo os seus possíveis. Daqui a pouco será manhã. Daqui a pouco...
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