segunda-feira, 7 de junho de 2010

Leituras

Nesta altura do ano, com o ano lectivo a chegar ao fim, sou sempre atacada pelo vírus da sugestão de leitura. Nunca resisto a desafiar os alunos para novos textos, novas aventuras, novas experiências absolutamente radicais como, sem dúvida, abrir um livro e cair de mergulho no deserto, ou no meio de uma discussão amorosa real, daquelas sem lol, nem sms, nem xau, mas cheia de frases de não ditos, de metalinguagem e de sentires reais. Sei que, para alguns, o que eu digo entra por um ouvido e sai pelo outro. E eu acho muito bem! Se não fosse para isso, qual o interesse de termos os ouvidos no alinhamento um do outro?! Só que também sei, cum saber de experiência feito, que há sempre dois ou três que me escutam. É para esses que falo.
Acho que o ensino individualizado e personalizado deve ser isto... Não aceito que o seja, apenas, dirigido aos alunos que não trabalham, que não gostam de nada, que se limitam a reproduzir modelos e que, de boxers de fora, andar de traineira encalhada e olhar cansado, se arrastam pela escola como pela vida.
Este ano, mais uma vez, sugeri ao 10ºano que aproveitasse os três longos meses de férias para descobrir Eça de Queirós. Tenho confiança na Catarina, na Margarida, na Mónica, na Neuza, na Rita. Ao 11º ano vou propor que arrisquem Vergílio Ferreira, que procurem a inquietação do existencialismo, que se deliciem, também, com Isabel Allende e, noutro registo, com Yourcenar. Aqui, aposto na Raquel, nas Catarinas, e também no Danilo. Em Setembro, veremos se foi uma aposta perdida...

1 comentário:

  1. Tomara eu um dia ser uma professora tão querida como tu. Beijo imenso

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